quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Swing tem regras e não é para qualquer um, diz especialista


Swing é uma filosofia de vida, (quase ciência) e não promiscuidade, afirmam especialistas sobre o assunto. A banalização do sexo e de suas práticas tem tornado a sociedade fadada ao fracasso dos relacionamentos e ameaçado a família, instituição mãe da existência e manutenção humana. Assim como os "grupos da filosofia da nudez", outras tantas práticas sexuais são organizadas e fidelizadas pelos casais maduros e com uma convivência bem estruturada. Pornografia, baixaria, promiscuidade, prostituição, adultério, fornicação, lascívia são práticas em que as pessoas as fazem escondidas porque sabe que é condenável pela sociedade e por seus parceiros, e pela família, o que não acontece com aqueles que exploram e aceitam em comum acordo "modos sexuais de vida" praticados por grupos, casais e até famílias inteiras e que em nenhum momento atrapalha, ofende ou constrange, humilha a seus membros.

Um artigo especial enviado e publicado no Terra, na seção Vida e Estilo, chama atenção para isso e mostra como a sociedade e aqueles que gostam e praticam tais filosofias devem se comportar. A sociedade, sem discriminação ou preconceitos; os praticantes mantendo suas privacidades e evitando a publicidade afoita, ousada e constrangedora que pode causar aqueles que entendem como pecado qualquer outro procedimento sexual que não seja o de gerar filhos.

"Se você ainda não sabe, hoje, 06 de setembro, é Dia do Sexo, efeméride transadinha (pelo perdão do trocadilho) criada há um ano por uma famosa marca de camisinha, com o objetivo de de fazer as pessoas "tirarem o atraso" em uma data especial. Acontece que sexo é o tipo da coisa que não tem dia nem hora certa para acontecer e para muita gente é algo totalmente sem limites. Será mesmo? Na opinião do dono de uma das mais consagradas boates de casais do Rio de Janeiro, é preciso se colocar fronteiras e normas de bom senso na realização de fantasias sexuais para evitar dores de cabeça futuras.

Já faz algum tempo que o swing começou a aparecer na mídia como um modismo diferente para casais descolados e moderninhos. Casas como o Marrakesh, Inner Club e Casablanca em São Paulo, Mistura Fina, no Recife, Sofazão, em Porto Alegre, e muitas outras espalhadas pelo Brasil, fazem agora parte da programação noturna de muita gente e está até difícil encontrar alguma menina que não tenha hoje uma curiosidade em ir a um local desses para "ver como é". Na contramão desse oba-oba todo está Marcos Entrenós, proprietário da primeira boite para casais do Rio de Janeiro, a conceituada 2A2, um espaço de 400 m2 em funcionamento há mais de nove anos em Copacabana.

Autor do livro Um casal entre nós (nome também de seu blog), Marcos se incomoda com essa exposição do swing. "Não é moda e nunca foi. É uma fantasia sexual íntima para casais maduros que não pode ser apresentada da maneira que é feita hoje e não deveria nem ser comentado. Quem faz, não tem que falar que faz. Não é suruba e requer muito afeto das pessoas do casal para poder dar certo", disse. Esse tipo de filosofia também pode ser encontrado ao se pesquisar o assunto na internet. Um dos melhores sites masculinos, o AskMen, afirma que a troca só pode ocorrer se o casal está com um relacionamento forte e estruturado, realçando várias vezes que swing não é solução para reatar duas pessoas e, sim, apenas uma maneira de apimentar uma relação que já está bem quente.

A própria 2A2 procurou alterar esse conceito, mudando sua apresentação de uma casa de swing para uma casa para casais, ou seja, ninguém é obrigado a fazer nada que não queira lá dentro e tem várias opções para se divertir que não envolva tirar a roupa. "Dos cerca de 120 casais que frequentam a casa aos sábados, pelo menos metade vão para dançar e se divertir." A boate possui o primeiro andar com pista de dança, bar, chapelaria, shows eróticos e até música ao vivo. No segundo andar é onde tudo acontece, com ambientes próprios para algo mais quente, mas para subir lá tem que se respeitar uma série de regras. "Somente o casal pode ir para o 2º andar, não se pode fumar, nem ir com bebida e é proibida a entrada de qualquer câmera fotográfica ou filmadora e uso de celular no interior da boate."

E mais: existe toda uma preocupação em se confirmar que aquele casal que está frequentando a casa é realmente compromissado ou tem algum laço afetivo e respeitoso, mesmo porque ir a um lugar desses acompanhado de uma garota de programa, por exemplo, é uma forma de "traição" em cima dos princípios dos swingers, já que estará no fundo prejudicando as outras pessoas e não tendo a real experiência do swing. E tem mais, a questão de maturidade de cada pessoa também é observada em alguns lugares. "Se chega um casal por volta de seus 20 anos de idade, mesmo que esteja numa relação estável, nós aconselhamos a nem entrar no local", disse o proprietário. "Você vê propaganda de clubes de swing na Europa e não encontra casais com menos de 35, 40 anos de idade. Eu, particularmente, acho que nenhum casal com menos de dois anos de relacionamento deva praticar algum tipo de fantasia que envolva uma terceira ou quarta pessoa."
Agora se você tem (muita) responsabilidade e (muito) afeto por sua parceira ou parceiro e quer encarar uma troca de casais (lembre-se, depois de conversar exaustivamente com a pessoa amada até chegar a uma decisão conjunta), Marcos Entrenós recomenda que vá a um clube (em seu blog pede para evitar fazer em casa) e ainda observar alguns mandamentos:

1- Antes de sair de casa, combine com sua parceira o que podem e o que não podem fazer e deixem essas decisões bem claras.

2- Nada de fechar a cara porque alguém abordou você e sua parceira na casa de swing. Eles estão lá para isso mesmo.

3- Dizer "Não, muito obrigado" é absolutamente normal. Os swingers entendem isso na boa e, inclusive, podem dizer o mesmo para vocês.

4- Ao se acertarem com um casal, conversem muito e deixem previamente combinado o que pode e o que não pode rolar, estabelecendo os limites.

5- Uma vez que liberou sua mulher ou marido para outro (a), não fique dirigindo a performance do(a) amante, apontando como ela ou ele gosta.

6- Respeito, educação, bom humor, paciência e principalmente gentileza são requisitos básicos numa boate para casais. Problemas devem ser deixados em casa.

7- Cuidado com os copos de vidro. Tem gente "deitando e rolando" por tudo quanto é lugar, e ninguém quer sair machucado.

8- Não adianta encher a cara para conseguir enfrentar a coisa. Responsabilidade é fundamental e evita ressaca moral no dia seguinte.

9- Use camisinha sempre. Nunca vá sem ela.

10- Vá a uma boate de casais com alguém que tenha afeto e respeito. Mesmo que seja uma amiga ou amigo, a cumplicidade deve existir. Ir com qualquer uma vai estragar a brincadeira.

Durante todo o mês cada casal receberá duas camisinhas na entrada da 2A2 e ainda terá um tour guiado até à meia noite pelos hostess Felipe "Anjinho" Dias e Tatiane. Pode ser uma experiência fantástica para você e sua parceira ou parceiro, mas não se esqueça das palavras de quem entende do assunto: "Cada casal tem seu tempo e sua própria fantasia. Jamais vá para uma boate de casais por obrigação ou imposição de seu(a) parceiro(a)."

Nenhum comentário: